Baseado no Artigo de Philipp Lee na revista Square
Desde que as redes sociais se popularizaram, especialmente Facebook, Twitter, Instagram, LinkedIn, Reddit, etc, tem se intensificado as discussões (cara a cara e on-line também) a respeito da maçonaria e o seu lugar nesse novo ambiente. Para os membros mais velhos, a mudança nas ‘redes sociais’ tem sido uma interessante mistura de surpresas e curiosidade. Anteriormente a sua vida social eram conduzida com colegas de trabalho, em bares ou clubes, por telefone ou em loja aberta e copos dágua.
Para os maçons mais antigos essa saga para tornar a maçonaria mais popular via as várias plataformas de mídas sociais tem criado reações opostas e opiniões divididas. Sempre há pelo menos dois lados para avaliar o valor de uma nova situação.
Cada Loja deve decidir internamente a sua política a respeito das Mídias Sociais. Elas podem ser estimuladas ou podem ser banidas, ou pode-se seguir um caminho entre os dois extremos definindo regras que ajustem o seu uso, o que não é nada fácil.
Compartilhar demais é um mal da nossa era, com todas essas plataformas de redes sociais e a sociedade em geral está se tornando bem menos preocupada com as consequências de se compartilhar demais. Isso também sido motivo de preocupação nos meios maçônicos. No Facebook tem havido muitos casos de irmãos compartilhando imagens e informações detalhadas de seus irmãos de loja, que por sua vez prefeririam não ter sua foto (as vezes até em trajes maçônicos completos) espalhada sem controle por toda a internet. Alguns Irmãos têm postado fotos de Lojas montadas e até mesmo durante sessões abertas, o que certamente causa revolta em muito dos maçons mais tradicionalistas.
Naturalmente mesmo dentro da maçonaria há imensas diferenças culturais entre regiões e ritos, principalmente a respeito do que é aceitável que seja divulgado para não-iniciados, e também do que irmãos possam ver de graus que ainda não pertencem. Restringir acesso ou exposições a essas imagens e textos não se trata de se manter atividades nefastas ocultas, mas sim de preservar o impacto emocional que se quer oferecer aos candidatos durante as cerimônias, e também porque para muitos irmãos a exposição pública vulgariza e remove todo o verniz de exclusividade, tradição e nobreza que tanto prezam na maçonaria.
O lado positivo das mídias sociais tem sido uma melhor abertura da Maçonaria ao mundo, afirmando-se como uma voz racional e digna, que se sobrepõe aos discursos amalucados de teoristas da conspiração, e desbanca as falácias dos grupos anti-maçônicos.
A geração dos Baby Boomers está envelhecendo, a geração X nunca deu muita importância para isso, mas os Millenials são a grande esperança da Maçonaria. Esses jovens homens estão lentamente se tornando interessados e tem nas mídias sociais uma arena bem maior na qual obter informações decentes sobre a Maçonaria. Estes novos visionários são a cara do futuro da fraternidade. Para alguns Orientes e Grandes Lojas, a mídia social ofereceram a ferramenta para retomada do crescimento, não só conectando os membros entre si, mas também conectando com diferentes gerações e com diferentes grupos do mundo todo. Hoje, não só os maçons podem se conectar virtualmente com qualquer outro membro no mundo todo, como as lojas e potências maçônicas podem estabelecer intercâmbios e ter intervisitações frequentes com diferentes países. O mundo tem se tornado um lugar menor, mas com um alcance muito maior.
Os Irmãos tem sido capaz de se comunicar com outros maçons em grupos cada vez maiores pelo mundo todo. Compartilhar informações e estabelecer novos laços tem sido um fator de fortificação da nossa instituição como não se via a muito tempo.
No entanto, eventos recentes na mídia, onde a Franco-Maçonaria como organização tomou uma avalanche de ataques não provocados, trouxe uma questão sobre como alguns membros se sentem a respeito do uso do Facebook, Twitter e vários outros fóruns maçônicos. Para uma instituição que tem saído aos poucos de centenas de anos de precaução e discrição, a simples exposição e o subsequente veneno por tráz de alguns dos comentários na mídia social, na imprensa virtual ou tradicional, tem deixado alguns irmãos preocupados e outros empolgados demais.
Nesses assuntos temos visto coisas desagradáveis tais como: irmãos se voltando contra irmãos, bile anti-maçonica aflorando daqueles que não conseguem distinguir ficção de realidade, e também desfile de ironias maliciosas de quem só quer ver o circo pegar fogo.
Então qual é o caminho para prosseguirmos? As mídias sociais não são uma moda passageira, e se tornaram inegavelmente um veículo valoroso para o fortalecimento da Maçonaria em geral, não apenas para comunicação entre irmãos, mas também para aquisição de novos membros e retenção daqueles que já andavam meio desanimados. É altamente encorajador escutar que os pedidos de iniciação na UGLE e em todo o mundo aumentaram bastante depois dos eventos comemorativos dos 300 anos e também do recente furor da midia inglesa (Especialmente em relação aos artigos infames do The Guardian na Inglaterra e a reação em artigos pagos pela UGLE), que comprovou mais uma vez o antigo ditado: não existe má publicidade… (ou “falem mal, mas falem de mim”). Por outro lado existe sim com certeza formas erradas de se usar as Mídias Sociais: por má educação, hostilidade ou falta de dignidade. As potências maçônicas têm tomado providências para garantir que esse assunto seja bem conduzido e cada vez mais fiscalizado.
A Ugle não só encoraja as interações por mídias sociais para maçons, como tem oferecido cursos para o seu correto uso, e com grande sucesso de audiência. Uma de suas mais importantes lições é: “Quando nos apresentamos on-line como membros de uma fraternidade, nós automaticamente nos tornamos a primeira impressão que muitos formarão sobre a Franco-Maçonaria”
A maior parte das advertências versa sobre bom senso básico quando de usa a internet, tais como regras de civilidade, educação e descrição, mas há algumas que merecem serem mencionadas aqui: que maçons não devem discutir ou fazer qualquer alusão aos Sinais, Toques e Palavras, e que maçons nunca devem fazer uso dos meios de comunicação entre irmãos (Grupos WhatsApp, do Facebook, etc) para benefício pessoal ou para obtenção com lucro. Que não se devem usar esses meios para criticar Potências Maçônicas ou Autoridades especialmente se essas mensagens puderem alcançar não-iniciados.
Com a evolução das mídias sociais, pode-se antecipar que em breve video-conferências, hangouts e streaming vão superar a popularidade atual dos tradicionais Facebook, Tweeter e WhatsApp. No entanto, pelo menos por enquanto ainda não vemos como possível que Lojas possam ter sessões acompanhadas pelos irmãos por videoconferência… E não porque possa ser tecnicamente difícil, e sim porque dissolveria um dos principais privilégios da maçonaria: a egrégora entre irmãos.
Tradução e Adaptações:
Bro. Gil Leça Pereira