Os Aprendizes candidatos ao grau de Companheiro Maçom esperam obter os privilégios do grau com “a ajuda do esquadro”. E nas perguntas tradicionais feitas ao Companheiro Maçom que se candidate ao grau de Mestre, pede-se pelo sentido físico e simbólico do mesmo.
O sinal Tríplice do Grau de Companheiro é repleto de referências no esquadro. A Loja no segundo grau é devidamente aberta no esquadro, para instrução e aperfeiçoamento dos Companheiros.
Os candidatos ao segundo grau fazem o seu juramento dentro do esquadro. E os maçons se movem enquadrando (ou esquadrando) a Loja principalmente durante as sessões magnas.
Albert Mackey, autor da mais famosa compilação dos Landmarks maçônicos, e da primeira Enciclopédia da Franco-Maçonaria, em um dos seus mais famosos textos descreveu o esquadro como: “…um dos mais importantes e significantes símbolos na Franco-Maçonaria…”
Portanto mesmo sendo o esquadro apenas uma das ferramentas simbólicas de trabalho do Companheiro Franco Maçom, juntamente com o Nível e o Prumo, pode-se notar um destaque especial para ele na simbologia deste grau.
O esquadro tem sido usado simbolicamente por centenas de anos, tanto por maçons operativos quanto por maçons especulativos. A palavra para “esquadro” em egípcio antigo é a mesma palavra usada como o adjetivo “justo” ou “apropriado”.
Mesmo para o público não maçom, na linguagem comum de hoje em dia uma pessoa é tida como “quadrada” se for intolerante com desvios de conduta. E “enquadrar” uma pessoa é a expressão usada para flagrar e aplicar a justa punição a alguém que esteja praticando atos ilegais ou imorais.
Como um símbolo maçônico, o esquadro é muito antigo e era muito comum entre os maçons operativos. Em 1830 os operários que reconstruíam uma ponte perto de Limerick, na Irlanda encontraram um antigo e corroído esquadro de bronze, datado de 1417 com as seguintes palavras inscritas nele: “I WILL STRIVE TO LIVE WITH LOVE AND CARE UPON THE LEVEL – BY THE SQUARE” (Eu vou me esforçar para viver com amor e generosidade no nível e pelo esquadro)
E sobre a correta forma do esquadro maçônico, é interessante notar que existem muitas variações incorretas em uso em um grande número de Lojas e potências espalhadas pelo mundo. Por exemplo, é um erro representá-lo com uma perna maior que a outra, o que o tornaria um esquadro de carpintaria. É também incorreto marcar a sua superfície como uma régua em polegadas ou centímetros, o que o tornaria um instrumento de medida de comprimento, o que é função operativa e simbólica exclusiva da régua.
O Livro das Constituições da UGLE, e o próprio brasão da UGLE colocam em destaque os esquadros com a representação correta, pernas iguais, sem marcações de medidas. O único propósito do esquadro é verificar se a pedra foi adequadamente polida conferindo ângulos retos a todas as suas arestas.
Estes são apenas pequenos detalhes, e naturalmente não são amplamente reconhecidos, e portanto não se espera que sejam corrigidos em breve. No entanto é desejável que a verdadeira forma de um símbolo seja preservada, principalmente nos detalhes em que possam suscitar uma incorreta interpretação do mesmo.
Não importando como esteja desenhado, o esquadro permanece um símbolo de moralidade, da honestidade e da dignidade, como tem sido reconhecido dentro ou fora da maçonaria por tantos séculos.
Ir. Gil Afonso Leça Pereira